Inflação: o dragão voltou?

Capa revista Veja, ed. 913, 05/03/1986.

Sou da geração que sofreu os danos da inflação nos anos 80, a “década perdida”. Era bancário quando, numa manhã de terça-feira, 28 de fevereiro de 1986, cheguei no trabalho e fui informado, como os demais colegas, que não haveria expediente. Ninguém tinha ideia do porquê. Nem os gerentes. Um deles ainda arriscou que seria uma celeuma entre a FEBRABAN e o governo federal, presidido por José Sarney. Mas na verdade se tratava do Plano Cruzado: tabelamento e congelamento geral de preços, ensejando o surgimento do “fiscal do Sarney”. Foram cortados três zeros do velho cruzeiro, com a intenção de promover em 1.000% o poder de compra da nova moeda, o cruzado – primeiro plano heterodoxo de relevância no Brasil. A imprensa, em geral, apoiou. A classe empresarial e a maioria do staff político – menos o PT, claro!

Apesar de que a ideia seria descongelar os preços seletiva e gradativamente, o sucesso do plano foi tanto que o presidente decidiu manter o congelamento até às eleições, em outubro – não obstante os protestos do ministro da Fazenda, Dilson Funaro. Pra mim, figura icônica foi uma charge da revista Veja: Sarney com a perna congelada e Funaro tentando quebrar o gelo com formão e marreta. No final tudo isso virou folclore.

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O fator Bolsonaro e a ameaça da esquerda

Precisamos manter a serenidade e o senso crítico.

Se perdermos o senso crítico, então não teremos mais nada!

No sábado, 24 de julho/2021, manifestações anti-Bolsonaro se espalharam pelo Brasil, lideradas por “movimentos sociais” e entidades representativas de classe, em “defesa da democracia e do combate à pandemia da Covid-19”, com palavras de ordem pela queda do presidente democraticamente eleito. Teve quebra-quebra, aglomerações com pouquíssimo, ou nenhum, distanciamento, e o surgimento de um novo movimento: “Revolução Periférica”, que ateou fogo à estátua do bandeirante Borba Gato, em São Paulo.

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Os amantes de Sophia

Stephen Hawking: sua contribuição para além da Ciência, lições e as homenagens para o gênio
Fonte: Internet

Outro dia, assistindo a um vídeo do Felipe Castanhari sobre a biografia do Stephen Hawking, retornei á minha adolescência, quando visionava ser autor de ficção científica. Para isto, queria seguir os passos do Arthur Clarke[1], que era físico e matemático, ou seja: ter uma base teórica para o que escreveria. Mas o tempo se encarregou de mudar esse ideal e tornei-me um economista frustrado.

Mesmo como economista, ainda nutri a (mera) esperança de me tornar um matemático amador, como Fermat. Cheguei e iniciar o curso de Matemática na Universidade Federal de Roraima, mas, enquanto cursava o segundo ano, fui aprovado no vestibular pra Direito e mudei de curso. Outra frustração[2].

Como pano de fundo de todo esse ideal em “dominar” a Física e a Matemática, incluindo a astronomia e a teoria quântica, estava o estudo de tudo o que considero mais importante no Universo. Mais até do que o próprio Universo: a inteligência! Ou, se quiserem ser mais religiosos: a alma humana, o que inclui, óbvio, o comportamento humano.

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A DISTOPIA DO SÉCULO XXI

Distopia, você sabe o que é? Definição, conceitos e obras
Fonte: https://segredosdomundo.r7.com/disto

Quando a lua estiver na Sétima Casa

E Júpiter se alinhar com Marte

Então a paz guiará os planetas

E o amor guiará as estrelas

Este é o amanhecer da era de Aquário

Idade de Aquário

Recorrentemente me refiro ao século XX. Talvez pelo fato de nele ter nascido. Nele nasceu também o meu primeiro filho. Assim, tenho dois filhos em dois séculos diferentes – nada mal!

Século fascinante, por bons e maus motivos. Tivemos a gripe espanhola e duas guerras mundiais – a Segunda trouxe a reboque a era nuclear. Também não podemos – nunca! – esquecer do holocausto. O comunismo, que derivou para o Leste europeu, Ásia e Sul da América, resultando na Guerra Fria, que de fria não teve nada.

Foi o século das luzes e das trevas. Da belle époque, da geração perdida de Gertrude Stein, Hemingway, James Joyce, Scott Fitzgerald… e da grande depressão de 29. Foi o século de Gandhi, Einstein, Pierre e Mary Curie. Mas também de Churchill, Guilherme II, Hitler, Mao Tse-tung e Stálin. No ocaso, foi o século da utopia, com o movimento hippie em busca da Era de Aquário.

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Dia do Jornalista

Foto: reprodução
Líbero Badaró

Neste 07 de abril comemora-se o dia do jornalista. Reza a lenda que esta data, enquanto deferência à profissão, foi criada em homenagem ao médico e jornalista de orígem italiana Giovanni Battista Líbero Badaró.  Apesar da confusão, não foi nessa data em que Badaró foi assssinado, mas em 21 de novembro de 1830. No dia 07 de abril, em 1831, Dom Pedro I abdicou ao trono brasileiro. Como Badaró fora um ferrenho crítico ao então imperador, atribui-se o seu assassinanto a essa oposição, sem, contudo, qualquer evidência de que Pedro I tivera qualquer participação, direta ou indirieta, no crime. Desta forma, no dia da abdicação, 07 de abril de 1831, a ABI – Associação Brasileira de Imprensa, instituiu a data comemorativa, referenciando-a ao jornalista morto.

Eu (de barba) como repórter, cobrindo o carnaval de Boa Vista, ano 1992. Ainda com sequelas resultantes de uma queda de moto.

A GUERRA DOS GAMBITOS

ANTIGA MÁQUINA DE ESCREVER OLIVETTI LINEA 98 - No estad

O repórter sentou-se à mesa. Apoiou a cabeça com a mão direita, expressando perfil de lamento. Olhou para a olivetti à sua frente. A velha companheira de trabalho nunca lhe parecera tão distante, tão ensimesmada. Tantas vezes suas teclas ditaram-lhe a pauta do dia, boa parte merecendo chamada de primeira página. Mas hoje…

Olhou para o maço de papel jornal ao lado da máquina. As folhas estavam em branco. Acabaram-se as laudas pautadas. Contraditoriamente, foi um alívio, pois agora tinha alguma coisa para teclar. Colocou a folha no rolo da máquina, ajustou o papel e bateu nove pontos, teclando 1 no décimo toque, e assim sucessivamente: 2 no vigésimo, e 3 no trigésimo. Ali estavam definidos os trinta toques da linha, e observou que o espaçamento entre as linhas já estava no número 2. Isto era importante, depois que se tornou free lancer: um dólar por lauda de 30 linhas, pagos tão logo o editor-chefe aprovasse o texto.

Mas o quê escrever hoje? Perdera o melhor amigo, há uma semana. E hoje, justamente hoje, a mulher daquele melhor amigo também morrera. Ela, a quem admirava em secreto, com aquele corpão de dar água na boca. Enquanto rezava para que se recuperasse, às vezes aquele diabinho lhe soprava no ouvido: “Agora é a tua vez! Quem sabe…?” – mas logo espantava o tal diabinho com o anjinho que dizia: “Não deveis cobiçar a mulher do próximo!” E então resolvia o conflito não dando ouvidos ao demônio, nem ao anjo. Só à sua consciência: “Eu vou dar tempo ao tempo. O futuro dirá!”

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A Verdade

Ainda mesmo
quando as palavras
de conforto
se formarem em nossos lábios,
ou os hinos de esperança
cortarem os ares
invocando o nome do Senhor,

Meu coração,
na magnitude da noite
dos vermes terrestres,
permanecerá inquieto

Minha mente,
esse verdadeiro Eu de
insaciável apetite
já não se contenta
com os fenômenos
trazidos pelas lideranças,
pelas doutrinas magníficas
que falam de Deus.

Tampouco suporta
as imposições irracionais
dos dogmas místicos
de palavras doces
que alimentam o paladar,
mas não nutrem o Ser,
essa amplo complexo
que mesmo eu não o entendo em mim.

E se não entendo a mim,
como, então,
entender o Criador?
Sim, pois é este a quem eu busco:
essa inteligência suprema,
causa primária de todas as coisas,
que repousa no vento,
que sopra as palhas do buritizeiro
sobre os verdes campos
do serrado na chuva.

Essa energia que gerou
os corpos harmônicos
na individualidade da massa,
pela mutabilidade das partículas
que levam à evolução do cosmo,
através dos movimentos
da força concentrada
que impulsiona as novas formas
pelas novas necessidades.

Assim,
como peregrino solitário,
penetro nos princípios fundamentais
da Lei maior
que rege as energias cósmicas,
cuja iniciação
oculta-se no momento
da criação.

Para chegar ao Criador
necessário é entender
a própria gênese.

Prefeito de Boa Vista prorroga prazo do REFIS

Congratulações ao prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique, que prorrogou o prazo do REFIS – Programa de Recuperação Fiscal do Município – por mais 30 dias. Inicialmente o prazo terminaria hoje, 26 de março, e com a prorrogação termina do dia 25 de abril.

Os meios para aderir ao programa são os seguintes:

Telefone: 95 3621-1667

Whatsapp: 95 98411-5841

E-mail: atendimento.contribuinte@prefeitura.boavista.br

Site: http://boavista.saatri.com.br  

Portal BV Cidadão: https://portalcidadao.prefeitura.boavista.br/

 

Jair Messias Bolsonaro: a insanidade personalizada

O texto que reproduzo ao final é da autoria do nosso convidado de hoje, o Doutor (com doutorado mesmo!) em robótica Flávio José Soares Aguiar, o qual já nos brindou anteriormente com um texto sobre Nicolau Maquiavel. A crônica foi escrita no intervalo entre a divulgação oficial da eleição de Jair Messias Bolsonaro e a sua posse na Presidência.

A existência deste escrito nos foi revelada numa conversa do grupo de WhatsApp que formamos entre amigos de infância/adolescência: Turma 63/65, pois todos os membros nasceram em 1963 e 1965. Somos, portanto, todos cinquentões. Bem, o Flávio compartilhou o texto no grupo quando eu reclamei que as atitudes do Presidente, sobretudo em relação à pandemia do Corona vírus, associadas à anulação dos processos do ex-presidente Lula – que, ao menos por enquanto, torna-se elegível -, estão viabilizando a volta da esquerda. Eu revelava a minha preocupação com isso, conforme a transcrição de alguns trechos das minhas exposições na conversa, a seguir:

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Homenagem aos amigos que se foram em 2020 – o ano que ainda não acabou

O ano de 2020 ainda não acabou. Estamos sofrendo mais uma onda da COVID-19 e, no que pese as esperanças sobre as vacinas que começam a ser aplicadas no mundo – menos no Brasil -, o futuro, quanto à pandemia, ainda é incerto. Creio que da minha geração até à presente, nunca vimos tantas pessoas desencarnando: em série, quase ao mesmo tempo. São amigos/colegas de trabalho/conhecidos/parentes próximos, distantes/familiares queridos.

Fazemos aqui uma homenagem àqueles que se foram em 2020, antecipando-nos na volta ao plano espiritual. São pessoas com as quais tive contato, em maior ou menor grau. Com várias tive o privilégio de desfrutar da intimidade pessoal, como a querida Marcia Seixas. Me reservo a omitir a causa mortis daqueles que não foram vítimas da COVID. Mas, como forma de alerta, assinalamos os levados por essa doença – que não pode, sob hipótese alguma, ser minimizada.

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