Maduro e o governo de transição: prenúncio de conflito armado?

A fronteira Brasil/Venezuela foi fechada por ordem do presidente Nicolás Maduro.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro tenta, a todo custo, evitar a entrada de gêneros alimentícios e remédios da ajuda internacional no território do seu país. A medida é óbvia: com a ajuda humanitária o seu governo perde poder e prestígio interno, e sucumbe à interferência externa. Maduro nega ainda que haja uma crise humanitária na república bolivariana.

Na fronteira Brasil/Venezuela o patrulhamento e vistorias em carros brasileiros foram intensificados nos pontos de controle. Os militares do Exército e da Guarda Nacional dizem que procuram por gêneros alimentícios e remédios, que não podem entrar no país. Na semana passada a fronteira chegou a ser fechada, conforme postou numa rede social o carreteiro Wilson Hendges.

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População de Pacaraima expulsa imigrantes. Comerciantes venezuelanos fecham as portas alegando insegurança com o retorno dos patrícios e pedem socorro ao Exército e à Guarda Nacional bolivariana

O comerciante Raimundo da Churrascaria foi gravemente ferido com várias pauladas durante o assalto a sua residência.

No último sábado, 18 de agosto/2018, os moradores de Pacaraima, cidade fronteiriça do Brasil com a Venezuela, expulsaram cerca de 1,2 mil imigrantes venezuelanos, segundo o Exército brasileiro, ou 3 mil, conforme os manifestantes. As imagens são comoventes. O estopim foi a tentativa de latrocínio cometida por quatro venezuelanos, segundo a população, contra o comerciante Raimundo da Churrascaria e sua família. Raimundo ficou gravemente ferido e foi transferido para o Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista. O ato dos brasileiros chegou a movimentar a Guarda Nacional Venezuelana, conforme as imagens.

Com a volta dos imigrantes, os comerciantes de Santa Elena do Uairén, primeira cidade do lado venezuelano, resolveram fechar as portas por tempo indeterminado. Em áudios divulgados nas redes sociais, os comerciantes se mostram apavorados com o número de patrícios – três mil. Dizem que a situação chegou fora de controle e pedem ajuda à Guarda Nacional e ao Exército venezuelanos. Ao que se sabe, dentre os refugiados expulsos de volta, há criminosos que foram soltos devido à falta de comida nas prisões. Os imigrantes entram no Brasil sem qualquer triagem ou exigência de documentos, inclusive certidão de antecedentes criminais.

 

 

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Vice-presidente dos EUA virá ao Brasil nos dias 26 e 27 de junho e visitará refugiados venezuelanos em Manaus

Resultado de imagem para mike pence venezuelaO vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, virá ao Brasil nos dias 26 e 27 de junho para ver a situação dos refugiados venezuelanos na cidade de Manaus. Não virá a Boa Vista, conforme veiculado na grande imprensa nacional. Pence anunciou em abril, enquanto participava da Cúpula das Américas, no Peru, que o seu governo doará US$ 16 milhões para ajuda aos venezuelanos, parte dos quais destinados a grupos de acolhimento na Colômbia e Brasil.

A questão que fica no ar é: por que o vice-presidente Pence não será trazido a Boa Vista, e mesmo a Pacaraima, já que Roraima é a unidade federativa que mais sofre o impacto da imigração, e que mais precisa da aplicação desses recursos? O que não significa que o dinheiro será gerido pelos executivos estadual ou municipais, mas pelo próprio Alto Comissariado da ONU, a quem será direcionada a maior parte.

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