Quando o vírus chega, acaba o blá-blá-blá

Segundo os dados divulgados hoje pela Secretaria de Estado da Saúde, aqui em Roraima estamos com 1.984 casos de SARS-COV-2 confirmados, e 60 óbitos, numa taxa de letalidade de 3,024%. Considerando a população estimada em 605.761 habitantes, conforme o Tribunal de Contas da União para cálculo do PFE – Fundo de Participação dos Estados -, a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes está em 9,90 mortos por cada 100 mil habitantes.

Estatística do dia 18/05/2020

No Brasil estes números são: 254.220 casos confirmados; 16.792 óbitos – 6,61% de letalidade – e mortalidade de 8 pessoas para cada 100 mil habitantes. Estes dados podem ser acompanhados diariamente no Painel Corona Vírus, do Ministério da Saúde, onde há muitas outras informações e orientações.

Considerando que no mundo, hoje, foram confirmados 4.618.821 casos, para 311.847 mortes, temos uma taxa de letalidade de 6,75%. Na África, são 61.163 casos confirmados, para 1.748 óbitos – mortalidade de 2,86% – gritante subnotificação. Américas, hoje: 2.017.811 casos confirmados, para 121.609 mortes – 6,03%. E Europa: 1.890.467 confirmados, 167.173 mortos – letalidade de 8,87%. Também estes números são apresentados e discutidos na página da OPAS/Brasil.

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Eugenia, COVID-19 e nós

ALDEIA GLOBAL – Quando o filósofo canadense Herbert McLuhan (1911-1980) insculpiu este termo, na década de 60 do século passado, fomentou a ideia de que os avanços científico, tecnológico e das comunicações, reduziam o mundo a uma aldeia, onde as ações têm reações em ampla cadeia, num reduzido espaço de tempo. E o termo nunca foi tão atual, como podemos constatar nesta pandemia do COVID-19.

Outro conceito revivido pela pandemia viral é eugenia, cuja memória a civilização ocidental tenta esquecer desde a Segunda Guerra Mundial. Grosso modo, a eugenia é bifurcada em duas alas: positiva e negativa. A positiva é exemplificada no beneficiamento da espécie humana através de “cruzamentos” entre “matrizes” selecionadas, ou ainda modificação genética, de modo a produzir seres “superiores”. A negativa remonta aos nazistas, que com a solução final tentaram exterminar os judeus, considerados raça inferior, e os deficientes de toda ordem, como forma de “purificar” a raça humana.

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Novo Corona Vírus e o eixo Roraima-DF

Desde as últimas segunda e terça-feira os roraimenses têm se debatido contra a decisão prévia do presidente Jair Bolsonaro em não fechar as fronteiras do Brasil com a Venezuela e Guiana, por força da pandemia do COVID-19. No final da terça-feira, afinal, o chefe do Executivo federal decidiu pelo fechamento parcial da fronteira com a Venezuela, liberando apenas para o tráfego de mercadorias. Contudo, ao que pudemos avaliar das notícias divulgadas na imprensa nacional e local, apenas a fronteira com a Venezuela foi parcialmente fechada, ficando para livre trânsito a fronteira com a Guiana, que também deve ser fechada. Isto demonstra mais uma vez o que diz a canção interpretada por Elis Regina – que, aliás, ontem estaria completando 75 anos: “O Brasil não conhece o Brasil”.

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A inexorável efemeridade da vida – umas histórias da Boa Vista antiga

Gosto muito de imagens antigas, estáticas e em movimento. Gosto de músicas antigas. Às vezes sou tomado por nostalgias – isto mesmo: nostalgia no plural. Parece que vivi em várias épocas, em muitas épocas. Todas as épocas. E todas essas épocas às vezes parecem transpassar minha mente, num fluxo e refluxo.

Nasci em 1965 na cidade de Boa Vista, antigo Território Federal de Roraima, e muito, muito pobre. Vivíamos quase na idade média, naquele tempo. Sou da lamparina, do farol, da água tirada do Rio Branco, das lavagens de roupa no cais, no igarapé do Caxangá ou no igarapé do Pricumã. Eram os locais onde a minha avó lavava roupa, ela própria lavadeira profissional por um bom tempo, além de costureira. Criava galinha do quintal. Pato, porco, eventualmente cabrito. Fogão a lenha. Tinha o fogão grande, com chapa de ferro – onde a gente colocava a bunda da tanajura pra assar. E tinha o fogareiro, onde usava-se graveto e querosene para fazer o fogo do carvão pegar. Água dos potes – a minha avó tinha dois e uma bilha. Dos potes, ela achava que o de barro escuro era o que mais gelava. A água era retirado pelo púcaro, sempre bem ariado com areia – desculpem o pleonasmo – ou folha de caimbé.

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Novela da Globo hostiliza o povo de Roraima. Estatísticas do IBGE projetam o caos para o Estado

Imigrantes venezuelanos têm ocupado logradouros, inclusive com invasões a imóveis públicos e privados. Na foto, acampados na Praça Simón Bolívar, em barracas doadas pela população e entidades assistenciais.

Recentemente uma cena de telenovela da Rede Globo de Televisão chamou a atenção dos roraimenses. Trata-se de breve diálogo entre um padre e outro personagem da telenovela, ao que entendemos, por nome Rogério. Eis a transcrição do diálogo:

Padre – “Os venezuelanos que estão tentando refúgio em Roraima estão sendo hostilizados pela população.”

Rogério – “É uma tristeza, né Padre? Eles vêm fugindo da fome e da violência e são recebidos aqui como inimigos.”

Padre – “Graças a Deus ainda existe gente boa no mundo, Rogério. Veja este padre de Pacaraima, Jesus Bobadilla. Ele abriu as portas da igreja para os venezuelanos.”

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2018 ainda não acabou

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Em Davos o presidente Bolsonaro fez um discurso conciso, sem malabarismos. Mais importante foi o que se encaminhou nas reuniões setoriais com a equipe de governo. Foto: divulgação.

É clichê, mas 2018 ainda não acabou. Tivemos carnaval, Copa do Mundo, eleições federais, estaduais e muitos, muitos acontecimentos entre um evento e outro. Eventos inéditos, nunca antes vistos na história deste país. O estado de Roraima não deixou a desejar: atraso nos salários dos servidores do Executivo, dívidas bilionárias, prisão do filho da governadora e membros do primeiro escalão, além de duas intervenções federais –  a primeira no sistema penitenciário e, não sendo o suficiente, a intervenção geral, com tropa militar na Fazenda e Planejamento. Por conta do esfaqueamento sofrido durante a campanha, o hoje presidente Jair Bolsonaro acaba de sofrer a terceira intervenção cirúrgica, desta vez para retirar a bolsa de colostomia.

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A morte do rato e a execução da Fazenda

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Era uma grande e produtiva fazenda, com o mais rico dos solos. Os animais convivam em harmonia, fartura e bonança. Todos os dias o dono jogava milho pra galinha, punha restos pro porco, sal pro boi e pasto não faltava pro cavalo.

Até que um dia o rato comeu algo envenenado e começou a se contorcer. Alimentados e felizes, os outros bichos não deram a mínima, enquanto o dono da fazenda  ignorava o fato.

A cobra, vendo aquele petisco, resolveu fazer uma boquinha e engoliu o rato envenenado. Logo a cobra também entrou em agonia, e os animais não se importaram. A galinha foi bicar o milho, o cavalo saborear capim, o boi se empanturrar de sal, e o porco fartar-se no babujo.

Desesperada e sedenta, a cobra corre até o camburão d’água, no momento em que a mulher do dono da fazenda resolve lavar roupa no giral. Ao enfiar a cuia na água, é mordida pela cobra. Aos gritos de dor e atordoada pelo envenenamento, a mulher é levada pelo marido no cavalo à galope, que cai na ribanceira e sofre fratura exposta. A mulher também tem sangramento e o seu sangue se mistura ao do cavalo, que morre envenenado. Na queda, o dono quebra o pescoço.

Na fazenda não ficou mais ninguém pra dar milho à galinha, sal pro boi, babujo pro porco. Em breve as pragas daninhas tomam conta do solo. A galinha e o porco morrem de sede e fome, e um ladrão abate o boi. Como ninguém pagou a hipoteca da fazenda, o imóvel foi executado pelo banco.

Moral da história: se alguém tivesse feito algo na morte do rato, todos ainda estariam vivos e a fazenda bela e produtiva. Foi assim que aconteceu na gestão Suely Campos: desde sempre se ouviu falar de malversação do dinheiro público e que o Estado virara um balcão de negócios; assunto pra Polícia Federal e Ministério Público.

Então o governo não pagava as terceirizadas; mas os salários dos servidores estavam em dias e ninguém se importou. Depois não estavam repassando o dinheiro dos consignados, nem do IPER (Instituto de Previdência). Com os salários em dias, tudo bem, uma hora vão ter que repassar esses valores. O calendário de pagamento mudou e passamos a receber no dia 10. Até aí… beleza! Era só se adequar.

Os salários da administração indireta atrasaram: fato isolado, são elefantes brancos mesmo. Atraso dos comissionados – quem mandou não estudar pra concurso? E “de repente”… crash! Não tem mais salário pra ninguém! – e a Fazenda foi executada.

Juiz manda desobstruir entrada da SEFAZ, mas esposas de militares resistem

As esposas de policiais militares assumiram o bloqueio da entrada da SEFAZ. Foto: Assis Cabral

Até ontem, 06, o SINTRAIMA – Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo do Estado de Roraima, bloqueava a entrada ou saída de qualquer pessoa na sede da SEFAZ – Secretaria de Estado da Fazenda. Mas a PROGE – Procuradoria Geral do Estado – impetrou ação de interdito probitório requerendo que o sindicato, qualquer entidade ou e/ou pessoa física, não impeçam o acesso de qualquer servidor ou cidadão ao prédio da Secretaria, e de qualquer outro prédio do Estado de Roraima, tanto na capital como no interior do Estado, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. O juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública, Aluizio Ferreira Vieira, acatou parcialmente o pedido, determinando que “o requerido e qualquer outra entidade ou pessoa física se abstenha de impedir o acesso de servidores e usuário, tão somente à Secretaria Estadual da Fazenda Pública, (…), bem como se abstenha de turbar ou esbulhar à posse do prédio da SEFAZ”, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Por conta de tal medida, hoje pela manhã o bloqueio foi assumido pelas esposas de policiais militares e pelo SINTAG – Sindicato dos Técnicos Agrícolas do Estado.

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A Copa do Mundo não é mais como antes

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Volta olímpica do primeiro título mundial em 1958

O brasileiro já não gosta tanto de futebol como antes, ou a sociedade tem amadurecido e passado a ver este esporte apenas como mais uma opção de diversão popular? Seja qual for a resposta, tenho percebido que a Copa do Mundo de Futebol da Rússia não tem empolgado como em outros tempos, quando o ano já começava em contagem regressiva e o assunto dominante era o escrete canarinho. Alguém lembra qual o hino da Copa 2018? E da Copa 2014? Lembramos dos 90 milhões em ação… Do Dá-lhe, dá-lhe bola/ Meu canarinho vai deixar a gaiola/ Vai pra Espanha…

Teria o 7×1 da Alemanha desiludido o torcedor? Pelo fato de ser um ano eleitoral, estaríamos com a atenção mais voltada para a política do que para o futebol? Uma consulta ao oráculo nos revelou uma realidade mais complexa.

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Vice-presidente dos EUA virá ao Brasil nos dias 26 e 27 de junho e visitará refugiados venezuelanos em Manaus

Resultado de imagem para mike pence venezuelaO vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, virá ao Brasil nos dias 26 e 27 de junho para ver a situação dos refugiados venezuelanos na cidade de Manaus. Não virá a Boa Vista, conforme veiculado na grande imprensa nacional. Pence anunciou em abril, enquanto participava da Cúpula das Américas, no Peru, que o seu governo doará US$ 16 milhões para ajuda aos venezuelanos, parte dos quais destinados a grupos de acolhimento na Colômbia e Brasil.

A questão que fica no ar é: por que o vice-presidente Pence não será trazido a Boa Vista, e mesmo a Pacaraima, já que Roraima é a unidade federativa que mais sofre o impacto da imigração, e que mais precisa da aplicação desses recursos? O que não significa que o dinheiro será gerido pelos executivos estadual ou municipais, mas pelo próprio Alto Comissariado da ONU, a quem será direcionada a maior parte.

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