Debates em vão!

Por Sérgio Murilo

Aí, você olha
e não sabe se escuta,
você escuta
e não sabe se acredita.
Porque a história pregressa
é maculada, maldita!
E aqueles que estão iniciando
não apresentam nada diferente:
“Vou mudar o Brasil quando for presidente!”
São palavras aguerridas,
gestos contundentes,
são frases floridas,
discursos reluzentes.
Tantas promessas em vão,
tanto teatro, quiçá, comédia ou não.
Invadindo casas em horário nobre,
seja rico, seja pobre.
Talvez um drama fanfarrão,
num debate em plena televisão.
Ali, só não se vê,
a mais sublime verdade,
a expressão com seriedade,
a certeza de que se vai fazer.
Aí, você olha
com seu rosto em prantos
e percebe as dores do povo,
com seus desencantos,
com seus dissabores.
Sem horizonte, sem porto seguro,
sem veredas, sem flores.
Sem rumo, sem prumo, sem futuro.

SESC Roraima promove amanhã, dia 06, o Literatura Em Cena – Filhos do Norte, Netos do Nordeste

O SESC Roraima promoverá, entre os dias 06 e 08 de junho, quarta, quinta e sexta-feira, o II SESC Literatura em Cena, no Espaço Multicultural Amazonas Brasil, SESC Mecejana. Serão cerca de 20 escritores de Roraima em sessões de autógrafos. Presenças já confirmadas: Aldenor Pimentel, B.C. Garmatz, Darkson Mota, Devair Fiorotti, Edgar Borges, Edison Eroquês, Jaime Brasil, João Jungues, Lindomar Bach, Marcelo Perez, Roberta Cruz, Sérgio Murilo, Sony Ferseck, Tanner Menezes, Walber Aguiar, Zanny Adairalba. Não estarão presentes mas terão seus livros à disposição do leitor: Simão Farias e Roberto Mibielli. Entrada gratuita!

O Tema central do evento é Filhos do Norte, Netos do Nordeste, inspirado no poema musicado de autoria do poeta e filósofo Eliakim Rufino, que fará um show de abertura amanhã, dia 06, às 9h. Imperdível!

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Cachaça e poesia – Sérgio Murilo

Da esquerda pra direita: o músico Luiz Carlos Pereira, recentemente desencarnado, e o poeta Sérgio Murilo, bebemorando a música e a poesia.

Sou um poeta fecundo,
espargindo mel e flores,
sucumbindo prantos, dores.
Emanando o amor pelo mundo.

Sou também, errante.
Derramo, por vezes, a peçonha.
Boto de lado a vergonha
e me faço um ser lancinante.

Ora, adoro brincar com as cores,
embalado por doce melodia.
Ora, açodo os dissabores,
evidenciando a minha rebeldia.

Sou um bardo sem pudores,
banhado de cachaça e poesia.

 

Sérgio Murilo