Nascido em Roraima, 53 anos e empresário há 36, Raul Lima concorre a uma vaga na Assembleia Legislativa pelo PROS (Partido Republicano da Ordem Social), sigla a qual preside no Estado. Saiu do Brasil aos três anos de idade e retornou a Roraima, em definitivo, aos 20. Conta que a sua primeira língua foi o espanhol. A segunda o italiano, a terceira o inglês… o português foi a quinta língua que aprendeu. Tem duas faculdades e um mestrado pela Fundação Getúlio Vargas. É piloto de helicóptero e avião.
Você já foi deputado federal. Quais os maiores destaques do seu trabalho na Câmara?
Construí, com emendas parlamentares da minha autoria, 10 hospitais. O hospital de câncer da mulher foi o mais moderno e mais bonito que construí. Na época consegui para Roraima 19 ambulâncias, e 36 milhões de reais para o asfaltamento de Boa Vista.
Quando deputado, durante quatro anos, os meus pareceres foram contra o aumento do preço da energia em Roraima, e durante quatro anos a luz em Roraima não aumentou.
E qual a plataforma de trabalho como deputado estadual?
São três. Eu lido com esporte há muitos anos. Em Roraima, nos últimos 10 anos, piorou muito a questão das drogas. E eu tenho três projetos em separado, que se complementam. Eu sou faixa-preta 5º dan em taekwondo, e as minhas empresas patrocinam sete academias aqui em Roraima. Ao mesmo tempo que patrocinam 40 times de futebol. Ao tempo que as nossas empresas patrocinam também 30 corridas de rua por ano. Na minha família e nas nossas empresas nós acreditamos no estilo de vida saudável, e nós acreditamos no esporte como ferramenta de inclusão social, como ferramenta válida contra as drogas. É isto o que nós fazemos.
Então, de um lado temos o trabalho que faço aqui na cidade: eu tenho um centro de pilotagem onde treinamos mil pessoas por ano. Como deputado eu quero treinar 20 mil. Como deputado estadual eu quero criar em Roraima a Secretaria de Esporte, porque aqui em Roraima não tem jogos escolares, e o esporte é contra as drogas…
Mas não tem os jogos escolares?
Não, tá um fracasso. Aqui não tem orçamento próprio, o orçamento que se passa para o esporte é mínimo. O único estado do Brasil onde não tem uma Secretaria de Esporte é Roraima.
Então nós temos o esporte, a segurança no trânsito, área em que também atuaremos com destaque, e também a segurança pública, que passa pela questão da fronteira. Hoje a ONU (Organização das Nações Unidas) assumiu a fronteira. Não é a Polícia Federal que recebe os imigrantes, é a ONU, e o critério é a carência. Então tem que tomar uma providência sobre isso, a Venezuela não está mais no Mercosul, e como não está mais, eles não poderiam entrar aqui sem o passaporte. Hoje eles entram sem passaporte, apenas com o ato declaratório de confirmação de identidade, ou seja, o imigrante só declara que é “fulano de tal”, e não existe um controle sobre a questão da criminalidade. E nós estamos sendo vitimizados com isso. Então eu acredito que devemos tomar uma providência em relação a isso. Detesto xenofobia, detesto preconceito, mas acredito que a gente não pode continuar dando guarida a bandidos de outros países, o que acaba vitimizando o nosso pessoal.
Mas por enquanto a Venezuela está apenas suspensa do Mercosul, por ruptura da ordem democrática
Precisa ser definida essa situação da Venezuela. Não podemos continuar dando guarida a esse pessoal indiscriminadamente. Serão 100 mil pessoas até dezembro. A gente não tem espaço, nem físico, nem econômico. Não tem saúde, não tem segurança, não tem infraestrutura pra esse pessoal todo. A gente não pode ser bom com os outros em detrimento do nosso pessoal.
E com relação à geração de emprego? Você tem alguma proposta para o setor produtivo do Estado?
Tenho, eu sou economista, sou empresário, eu lido com isso, eu gero muito emprego. O problema mais sério de Roraima é a questão das prioridades. Primeiro, eu sou gestor há 36 anos e nunca atrasei uma folha de pagamento. O que significa isso? Eu nunca deixei um funcionário na mão, pois é uma questão de prioridade, e a prioridade número um é o capital humano. Isto é uma coisa básica: se não há estabilidade no pagamento, não há estabilidade na economia. Em Roraima tem muita coisa pra ser feita. A crise, pra mim, é fabricada: quando o camarada pede votos em Roraima e, na primeira oportunidade, ele compra em outro lugar, ele exporta o dinheiro de Roraima, ele exporta o emprego de Roraima. Então, só com gestão, sem novos investimentos, num primeiro momento, a gente já consegue pagar as contas em dia. A prioridade é a equipe, primeiro o capital humano.
Mas o que você coloca já é voltado para a gestão. A longo prazo pensa em se candidatar ao governo do Estado?
Eu pensaria primeiro na Prefeitura. A Prefeitura é uma coisa mais perto, com a minha qualificação e experiência empresarial. São 36 anos administrando pessoas. Portanto, eu me acho qualificado para a Prefeitura de Boa Vista.