Campanha difamatória contra Bolsonaro abafa o que realmente deve ser debatido: a corrupção nos anos PT e a atual conjuntura brasileira

Imagem relacionadaA polarização do processo eleitoral entre a esquerda e Jair Bolsonaro tem resultado em acirrada campanha difamatória contra o candidato à Presidência pelo PSL – Partido Social Liberal. A Tag #elenão tem ocupado um espaço nas redes sociais – hoje o principal palco de discussão – que deveria ser usado para o que realmente interessa: os anos de corrupção do governo PT, o Mensalão, o Petrolão, o rombo no BNDES, a Operação Lava Jato e seus desdobramentos, os rombos nos fundos de pensão da Petrobrás e Correios, a situação da economia, da segurança, saúde e educação no País. Afinal, após 21 anos de governos de esquerda – oito do PSDB e mais 13 do PT -, o catastrófico quadro aqui descrito en passant é legado destes dois partidos.

Ocorre que não há o mínimo interesses da oposição a Bolsonaro em debater o atual quadro geral, e muito menos apresentar soluções, justamente porque a primeira das soluções seria responsabilizar os verdadeiros culpados por tudo isso – o que, dentro das suas limitações, a Operação Lava Jato e desdobramentos já estão fazendo.

A anti-campanha #elenão no Facebook está movimentando toda a militância, intelectuais orgânicos e tolos simpatizantes com objetivos claros: desviar o foco do debate com temas procedentes e aumentar, ao menos manter, a taxa de rejeição do candidato Jair Bolsonaro para que este não ganhe a eleição já no primeiro turno, em 7 de outubro. Enquanto isso o PT tenta redirecionar as intenções dos votos em Lula para Fernando Haddad, seu escolhido.

Trata-se de uma operação rasa, do ponto de vista tático, já que a taxa de rejeição ao candidato está diminuindo. A tentativa de desconstruí-lo acusando-o de apologia à violência,  misoginia, machismo, racismo e homofobia resultou em efeito contrário, contribuindo para a construção do mito.

A grande diferença entre Bolsonaro e os concorrentes é que, apesar de estar há quase três décadas na Câmara dos Deputados, não desenvolveu um fenótipo característico de político profissional. O fenótipo – características morfológicas, fisiológicas e comportamentais – é decorrente da interação entre o genótipo – sua constituição genética – e o ambiente. Ao que podemos avaliar, a interação entre Bolsonaro e o ambiente braziliense é bastante limitada. Ele próprio diz que sempre fez parte do “baixo clero” da Câmara dos Deputados. Refletindo este contexto na sua externalização comportamental, podemos simplificar dizendo que ele não tem papas na língua e fala o que pensa, sem invólucros retóricos – como um homem comum de formação militar e origem humilde.

Se por um lado isto parece ser característica de parlamentar inexpresivo, por outro denota autenticidade de caráter, pois imaginamos que no “alto clero”, onde as decisões são tomadas em meio a complexas articulações supra partidárias, o toma-lá-dá-cá cobra alto preço. E não precisamos imaginar muito, basta pesquisar os resultados da Operação Lava Jato. Segundo o último diagnóstico, Bolsonaro não se contaminou  com o vírus da corrupção, mesmo que o preço pago tenha sido manter-se à margem.

E manter-se à margem do “sistema”, protegido pela armadura da dignidade e fidelidade a seus valores morais, significa ter aprovado apenas dois projetos de lei, entre os seus mais de 630 apresentados, incluindo proposta de emenda constitucional. Copiando do site Conexão Política, citamos alguns desses mais de 600 projetos de Bolsonaro:

PL – 6944/2017 – Esse projeto de lei é uma medida que se impõe a garantir, em diploma legal, o acesso satisfatório aos serviços de dados sem a imposição de limites desarrazoados aos usuários. Esse projeto de lei vem para fazer frente às medidas adotadas pela Anatel, que são: limite de dados, cerceamento do usuário no acesso a informação de forma abusiva e perversa, prejudicando o uso da Internet no Brasil.

PEC – 191/2016 – Essa proposta de emenda à Constituição foi feita pelo parlamentar para determinar que o Ministro de Estado da Defesa seja escolhido entre os Oficiais Generais das Forças Armadas.

PL – 4510/2016 – Esse projeto de lei permite o uso compassivo da fosfoetanolamina sintética. Ou seja, para permitir que pacientes em fases terminais possam acessar esses tratamentos experimentais.

PL – 4730/2016 – Esse projeto de lei visa incluir no rol dos crimes hediondos aqueles dolosos, praticados com arma de fogo, mediante violência ou grave ameaça à pessoa.

PL – 5847/2016 – Esse projeto de lei retira a obrigatoriedade do uso, nas rodovias, de farol baixo aceso durante o dia.

PL – 1281/2015 – Esse projeto de lei visa determinar o bloqueio do uso de celulares e radiotransmissores em presídios e penitenciárias.

PL – 1824/2015 – Esse projeto de lei impõe pena mínima de dez anos de reclusão para o indivíduo que praticar três crimes.

PL – 2832/2015 – Esse projeto de lei visa não caracterizar como crime atos de defesa do patrimônio, a fim de resguardar a defesa ao cidadão.

PL – 860/2015 – Esse projeto de lei torna obrigatória a revista pessoal aos visitantes em estabelecimentos prisionais.

PL – 7421/2014 – Esse projeto de lei agrava a pena sobre os crimes de pichação.

PL – 7473/2014 – Esse projeto de lei isenta impostos a portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica – DPOC – enfisema pulmonar.

PL – 5398/2013 – Esse projeto de lei aumenta a pena para os crimes de estupro contra vulnerável e não-vulnerável.

PL – 4450/2012 – Esse projeto de lei permite a utilização das drogas apreendidas para um “adestramento dos cães”. Ou seja, para aperfeiçoar a aptidão farejadora dos cães da polícia tornando-os mais eficiente na busca dos tipos de droga.

PL – 367/2011 – Esse projeto de lei suspende o direito de dirigir do infrator que atingir quarenta pontos na Carteira Nacional de Habilitação, durante o período de doze meses.

PL – 5065/2009 – Esse projeto de lei exclui das penalidades por excesso de velocidade os condutores de veículos precedidos por batedores, de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, fiscalização de trânsito e ambulâncias.

PL – 5481/2009 – Esse projeto de lei isenta a cobrança de impostos para portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico.

PL – 106/2007 – Esse projeto de lei inclui como crime hediondo o roubo de veículos automotores.

PL – 2426/2007 – Esse projeto de lei extingue a exigência do Exame de Ordem para inscrição dos advogados na OAB.

PLP – 354/2006 – Esse projeto de lei garante 50% (cinqüenta por cento) das vagas para Deputados Federais às populações negras e pardas.

PL – 6163/2005 – Esse projeto de lei autoriza os órgãos de segurança pública a utilizarem armas e munições apreendidas ou encontradas.

PL – 2215/1996 – Esse projeto de lei concede isenção de impostos sobre produtos industrializados.”

Curiosamente, o homem que é acusado de racismo é autor de um projeto de lei – PLP 354/2006 – que garante 50% das vagas para deputados federais às populações negras e pardas. Conforme a fonte citada, “sabe-se que muitos projetos não são aprovados devido a ideologia predominante no Congresso ou por puro boicote”.

Contudo, não podemos confundir as coisas: inexpressivo é um predicado que não se aplica a Bolsonaro. A personalidade forte, marcante, se fez notar com seu comportamento autêntico, empunhando bandeiras que, se até hoje são anátema, há vinte anos atrás eram excreção, daí os primórdios de todos esses rótulos pejorativos aos quais seus oponentes se agarram na falta de elementos negativos concretos.

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