
A polarização política tem se intensificado no Brasil e no mundo, reduzindo o debate público, sobretudo nas redes sociais, a uma sequência binária, maniqueísta: sim-não, preto-branco, direita-esquerda, Deus-Diabo, bem-mal… ignorando a complexidade das ideias e a análise lógica dos fatos históricos, correlacionados ao presente, demonstrando a preguiça intelctual que a tecnologia nos permite desfrutar. Em grande parte, essa radicalização decorre da instrumentalização de dois elementos fundamentais da cultura humana: a ideologia e a religião, que geram “códigos” de validação de um determinado enunciado: “Eu sou de direita. Trump é de direita. Logo, tudo o que ele diz e faz está certo”. ‘Eu sou cristão. Então, tudo o que o líder religioso diz e faz está justificado pela Palavra”. Ponto. Ideologia e religião, quando usados sem reflexão crítica, tornam-se ferramentas eficazes para manipular massas e consolidar o poder de políticos inescrupulosos. Neste artigo, exploraremos tais definições, seu uso como instrumentos de dominação e a forma como contaminam a mente humana, dificultando um pensamento livre e racional.