Outro dia, assistindo a um vídeo do Felipe Castanhari sobre a biografia do Stephen Hawking, retornei á minha adolescência, quando visionava ser autor de ficção científica. Para isto, queria seguir os passos do Arthur Clarke[1], que era físico e matemático, ou seja: ter uma base teórica para o que escreveria. Mas o tempo se encarregou de mudar esse ideal e tornei-me um economista frustrado.
Mesmo como economista, ainda nutri a (mera) esperança de me tornar um matemático amador, como Fermat. Cheguei e iniciar o curso de Matemática na Universidade Federal de Roraima, mas, enquanto cursava o segundo ano, fui aprovado no vestibular pra Direito e mudei de curso. Outra frustração[2].
Como pano de fundo de todo esse ideal em “dominar” a Física e a Matemática, incluindo a astronomia e a teoria quântica, estava o estudo de tudo o que considero mais importante no Universo. Mais até do que o próprio Universo: a inteligência! Ou, se quiserem ser mais religiosos: a alma humana, o que inclui, óbvio, o comportamento humano.
A inteligência é mais importante do que o Universo, sob a relativização do meu ponto de vista, do ponto em que observo o Cosmo, a Terra e todos os demais elementos envolvidos, desde o Bóson de Higgs, os buracos negros… até Freud – aqui usando Freud como sinônimo da busca pelo conhecimento da natureza humana, embora, filosoficamente, me identifique mais com Nietzsche, com a sua loucura consciente[3] em busca de si mesmo através de um Deus “morto”, que de morto não tem nada, oscilando entre a certeza e a dúvida, em face do conhecimento e do desconhecimento, fruto da limitação cognitiva humana.
Em suma: estudar o Universo instrumentalizado pela Física e Matemática, a fim de chegar ao Homem[4] e, consequentemente, a Deus. Caminho bem tórrido, né? Mas explico: desisti de tentar entender Deus. Resolvi seguir o conselho dos espíritos a Kardec, de que primeiro devemos entender a nós mesmos, e aceitar as nossas limitações, pois tais limitações nos impedem de ter a compreensão de Deus.
O certo é que, em suas intermináveis elucubrações, os filósofos, físicos, matemáticos e bêbados, os amantes de Sophia, todos, enfim, que tomam um pouco do seu tempo pra pensar, mesmo que inconscientemente, buscam compreender o incompreensível: Deus! E nesse Deus está o espelho da própria inteligência – ou alma… como queiram!
Ah, sim! E antes que os religiosos me digam que a palavra de Deus e todo o seu entendimento estão na Bíblia, advirto que este é um livro que leio constantemente. Atualmente é o meu livro de cabeceira. Acho fascinante! Realmente fascinante: reúne os personagens mais ricos que já encontrei em qualquer literatura. Personagens curtos, mas intensos. O mais importante e longevo personagem, que vai deste o Êxodo ao Apocalipse, é Deus – que nos fez sua imagem e semelhança.
[1] Menos com relação às acusações de pedofilia!
[2] De Fermat só me restou o Direito.
[3] Consciente até a manifestação da loucura inconsciente, provavelmente decorrente da sífilis.
[4] Aqui entendido o homo sapiens, a mulher sapiens, e os LGBTQQICAPF2K+ sapiens.