Este não é um blog de notícia. Até porque já não sou mais jornalista, no sentido legal. É um blog de análise – dentro das nossas limitações. Um blog de reflexões sobre o cotidiano, de crônica, de poesia, de literatura. Economia e Direito são “panos de fundo”, são meios e não fins. É um blog egotístico. Não que ignoremos as opiniões alheias. São as mais importantes, na medida em que compõem o amálgama de ideias que pretendemos formar aqui. Temos a prepotência de criar conceitos, e os conceitos surgem de um contexto analítico, a partir de um elemento, indivíduo, catalisador das ideias. Em outras palavras, este seria o papel do filósofo, ao que não nos arvoramos, contudo.
Eu nasci em uma época na qual sequer imaginávamos uma rede mundial de armazenamento e transmissão de informações. Sou do tempo da visita à biblioteca do Palácio da Cultura para estudar, onde era figurinha carimbada. Em Boa Vista sequer havia jornal – nem diário, semanal ou mensal… nada! A única banca de revista era a do seu Dico Aragão e, no começo, eu era muito pobre pra comprar jornais e revistas que vinham de fora com dias, semanas e até meses de atraso. Portanto, as informações eram transmitidas muito lentamente.
Mas havia os livros da biblioteca pública: em Boa Vista, do Palácio da Cultura – o antigo, que deveria ser câmara de vereadores e terminou como assembleia legislativa. Em Manaus, a biblioteca pública da rua Barroso, e a do SESC. Li muitos livros da biblioteca do SESC. Os livros da adolescência: Richard Bach, Hermann Hesse, Emil Ludwig, Morris West, Anne Frank, Saint-Exupéry, Lao Tsé, Gibran…
A maior de todas as sedes deve ser a sede do conhecimento. Um conhecimento que te leva ao céu, mas também ao inferno, e no final tu percebe que ambos são faces de uma mesma moeda. O conhecimento que te faz ser autocrítico e te mostra que o período anterior é apenas um clichê, já largamente batido. Isso eu adquiri antes da era Internet! Não leia sobre Nietzsche, leia Nietzsche! Não leia sobre Platão, leia Platão! Mas se não conseguir… leia sobre.
Então, hoje o problema não é a propagação da informação, mas a própria informação: a fonte, o conteúdo. Quem gera conteúdo? Que conteúdo é esse? Todo mundo pode escrever sobre qualquer coisa e divulgar. Mas qual o conteúdo de quem gerou esse conteúdo?