Nascido em Boa Vista/RR, tem 40 anos de idade. Filho de Francisco das Chagas da Silva Figueira (Chicão) e Maria Francisca Pereira Figueira (Suzana). Pai de duas filhas, servidor público desde 1999 e concursado desde 2004, é graduado em Processos Gerenciais e está concluindo o curso de Ciências Contábeis. Em 2010 começou a militância sindical, e em junho de 2014 assumiu a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo do Estado de Roraima – SINTRAIMA, após uma disputa acirrada com a antiga presidência. Francisco Figueira (Francisco do SINTRAIMA) é pré-candidato a deputado estadual pelo PSB – Partido Socialista Brasileiro.
Por que um líder sindical resolveu disputar uma vaga na Assembleia Legislativa?
Por entender que temos de fortalecer as políticas públicas do Estado e garantir um futuro aos servidores e à população trabalhadora de Roraima.
Qual o trabalho desenvolvido à frente do SINTRAIMA que justifique a sua pré-candidatura?
O meu total compromisso com os servidores representados pelo Sindicato. Quando assumimos, os servidores do Quadro Geral, regidos pela Lei n. 392/2003, estavam com seus salários achatados – tinha servidor que recebia menos do que um salário mínimo -, e seus direitos esquecidos durante todas as gestões anteriores. Nós desenvolvemos uma nova metodologia de fazer política sindical com articulação e muita negociação. Isto aliado a uma equipe competente, nos levou à conquista da aprovação do novo PCCR – Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações do Servidores Públicos Efetivos do Quadro Geral do Poder Executivo, hoje a Lei n. 1.032 de 08 de janeiro de 2016, iniciando, assim, a valorização que os servidores estaduais buscavam há mais de onze anos.
Os salários desses servidores estaduais já mudaram e foram atualizados com as devidas progressões horizontais e as batalhas pelo seus direitos continuam sendo travadas no dia-a-dia. Certamente as vitórias serão conquistadas, garantindo um futuro melhor a eles e suas famílias.
Em 2017 conseguimos, com muita articulação e negociação, a aprovação de mais quatro PCCRs: da ADERR, FEMARH, IACTI, ITERAIMA, demonstrando o comprometimento que temos com as classes dos servidores públicos estaduais.
Uma vez eleito deputado estadual, é possível seguir à frente do SINTRAIMA?
Estaremos sempre junto aos sindicatos, dentro das políticas sindicais, em busca de mais benefícios e valorização dos servidores, pois acreditamos que os servidores são a mola que consegue fazer com que o Estado permaneça no eixo. E o desenvolvimento do Estado depende totalmente dos servidores públicos estaduais. Então, nós estaremos, sim, junto ao Sindicato para conseguir os efeitos necessários para que haja o desenvolvimento de Roraima.
Existe algum projeto de lei que você pretenda apresentar logo nos primeiros meses de mandato? Ou algum que já esteja tramitando na Assembleia Legislativa e você pretende impulsionar?
Quanto aos projetos, nós temos a intenção de criar um grupo de trabalho, que irá dimensionar as necessidades de curto, médio e longo prazo, pois não adianta apresentar projetos de lei que simplesmente saíram da cabeça do parlamentar. Temos que ir in loco, discutir com as comunidades, e lá as comunidades apresentem a demanda. A partir daí vamos estudar o projeto e a viabilidade do projeto.
Quanto às demandas específicas dos servidores, que já existem, serão encaminhadas logo de início, pois há demandas que não foram atendidas, estamos em negociação. Um vez eleito, vamos colocá-las na pauta logo de início, para que haja previsão orçamentária que viabilize suas execuções. Então, as pendências, que sabemos quais são, pois conduzimos as negociações, serão postas logo em discussão para aprovação.
Como seria a formação desse grupo de trabalho para análise e elaboração de projetos de lei?
Nós vamos compor esse grupo com técnicos. Nós já tivemos uma experiência muito boa quando trabalhamos nos projetos que o Sindicato efetivou. Esses técnicos serão chamados para compor o grupo de trabalho, e mais outros, conforme as necessidades, pois precisamos de gente, tanto na parte administrativa, quanto na de engenharia, saúde, etc.
Você falou em demandas que não foram atendidas e que, uma vez eleito, colocará logo na pauta para discussão e aprovação na Assembleia. Que demandas são essas?
São demandas relacionadas às progressões que os servidores não obtiveram, direitos conquistados que não estão sendo atendidos. Nós vamos trabalhar diretamente para que isso seja efetivado e para que, em nenhum momento, o servidor perca direitos, que não sejam tolhidos desses direitos. Nossa preocupação é com o futuro do servidor, e demonstramos isso ao longo desses quatro anos trabalhando efetivamente para a valorização do servidor através do SINTRAIMA, que é um instrumento de luta e que deve ser fortalecido. Daí a importância de ter um servidor no parlamento estadual que represente a categoria da qual faz parte.
Como você vê a questão da violência urbana no âmbito estadual?
Quanto a essa parte da segurança, nós estamos vendo o nosso estado inchando, com a crise na Venezuela, que tem promovido a migração progressiva e desordenada. Os abrigos estão abarrotados, não tem lugar pra todo mundo. Paralelamente, a violência vem aumentando, com destaque para o crime organizado. E a nossa preocupação vai para o sistema socioeducativo. Nós já estivemos lá [no Centro Sócio Educativo] para defender os nossos servidores. Temos avisado, reiteradamente, o que poderia e ainda poderá acontecer no CSE, onde deverá ser desenvolvido um trabalho social intenso, pois há, sim, a divisão em facções: grupo A e grupo B, que dominam o crime organizado no Brasil, inclusive com “batismo” de jovens educandos.
Como está a questão das coligações no âmbito regional, tanto na eleição proporcional, quanto na majoritária? Alguma definição de qual candidato ao Governo o PSB irá apoiar? E ao Senado?
Essa questão das coligações ainda não tem um definição, nem para governador, nem para o Senado. Ainda estamos conversando, mas queremos dizer que somente iremos trabalhar com aqueles que tiverem compromisso com os servidores, pois precisamos do compromisso de que, no ano que vem, tenhamos uma reforma administrativa, para que haja uma recomposição do caixa do Estado, a fim de promovemos o desenvolvimento. Há muitos direitos dos servidores que estão engessados devido ao inchaço da máquina, que deve ser reduzida para ser eficiente.