Edital n.º 021/2022 Eleição Diretoria/Conselho Fiscal/Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Roraima (Sinjoper)
E L E I Ç Ã O 2022
A Comissão Eleitoral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Roraima (Sinjoper), torna público a eleição para a Diretoria do Sinjoper, que ocorrerá no dia 29 de março de 2022, na modalidade online, para o triênio 2022-2025, no horário das 9h às 17h na plataforma do sindicato. Apenas uma chapa concorre para a Diretoria, Conselho Fiscal e à Comissão de Ética.
Chapa Jornalista Márcia Seixas- Em Defesa dos Jornalistas.
Comissão Eleitoral
Chapa única para a eleção do SINJOPER: homenagem à jornalista e radialista Marcia Seixas – in memorian -, que foi presindente do Sindicato. Em sua chapa o autor deste Blog também foi eleito Tesoureiro, mas não concluiu o mandato, por assumir cargo público que o impossibilitava de exercer a atividade sindical.A jornalista e radialista Marcia Seixas deixou a saudade nos corações dos amigos e colegas. Justa homenagem.
Personagem de Chico Anysio, Salomé de Passo Fundo dava telefonemas com duras críticas, em tom intimidativo, ao então presidente general João Batista Figueiredo. Foto: Memorial Chico Anysio
Em recente acirrada discussão de casal, a contendora não se conformava com a derrota dialética, e trazia ao debate cada vez mais argumentos, e argumentos mais e mais desprovidos de fundamentos. Até que o marido apela pro bom senso: “Ai, meu Deus! Será que tu não percebes que isso não faz sentido? Que tu não tens a mínima razão?” Tal intervenção inflamou ainda mais a belicosidade da mulher amada, com a típica alteração de voz e incremento nas palavras. Nessa altura o cônjuge varão abre o Instagram, o que raramente faz, e Deus – ou o algoritmo -, ouvindo o seu clamor, mandou uma mensagem:
“Mais vale paz do que razão, quando se está com a consciência tranquila.”
Então o silêncio fez-se seu argumento, com olhar de indiferença num semblante sereno. E diante de si viu a verdadeira face de Lúcifer – pelo resto do dia. E sua alma, em posição de lótus, estampou o sorriso dos vencedores.
Esta breve introdução ilustra o ambiente polarizado no qual vivemos nos últimos anos, no Brasil e no mundo.
Pela publicação do artigo Inflação: o dragão voltou?, recebi elogios, mas também várias críticas de leitores, inclusive amigos queridos, admiradores do presidente Bolsonaro, em síntese, me ridicularizando por atribuir ao mandatário do Executivo a responsabilidade pelo atual estágio inflacionário no País:
“Vou rir porque é piada, a piada é boa. Kkkkkkkk. Veja aí a inflação no mundo e o que tem motivado essa escalada do aumento de tudo”.
“Querer atribuir ao PR a escalada inflacionária de repercussão mundial impelida pela grave crise pandêmica global, causada por engodos comunistas com respaldo da OMS é de uma diarreia intelectual sem precedentes, apenas fomentado por esquerdopatas malditos e satânicos. Fiquem em casa, que depois a economia a gente ver.”
“Ótimo texto, parabéns! Em minha ótica vejo que hoje estamos pagando o preço de erros das medidas econômicas tomadas em governos anteriores, a falta de uma política econômica e social que vislumbrasse um país pujante em crescimento foi muito falha. Assim como você, vi de perto essa inflação de 1000%, os preços amanheciam um valor e horas depois já eram outros. Mas, como bom brasileiro, torço para que esse atual governo consigo ver e seguir um caminho de prosperidade, isso falo independente de partidos.
“Ninguém se preparou pra essa pandemia. O mundo está de quatro. Aqui no Brasil não se uniu forças para combater a Covid… aqui tentou se construir um discurso para derrubar o presidente.”
Convite para lançamento do Projeto de Lei que cria a Fundação de Amparo à Pesquisa
O governador do Estado de Roraima assina nesta sexta-feira, 15 de outubro, o projeto de lei que cria a Fundação de Amparo à Pesquisa. A exemplo de outros estados, trata-se de um órgão de fomento à pesquisa e difusão do conhecimento. Para Fábio Martinez, presidente do Conselho Regional de Economia da 27ª Região, que compreende o Estado, Roraima é um dos poucos estados – se não o único – que não têm uma Fundação de Amparo à Pesquisa, “que nada mais é do que uma instituição pública que fomenta a pesquisa acadêmica, e o obetivo basicamente é a elaboração e execução de projeto de pesquisa, ensino e extensão universitária no desenvolvimento institucional, científico e tecnológico”. E dentre as atribuições do economista está a pesquisa.
Fábio Martinez, presidente do Conselho Regional de Economia: “O Estado de Roraima, a exemplo de outros estados brasileiros, terá a sua FAP como instrumento de apoio ao desenvolvimento cinetífico, tecnológico e inovação”.
Sou da geração que sofreu os danos da inflação nos anos 80, a “década perdida”. Era bancário quando, numa manhã de terça-feira, 28 de fevereiro de 1986, cheguei no trabalho e fui informado, como os demais colegas, que não haveria expediente. Ninguém tinha ideia do porquê. Nem os gerentes. Um deles ainda arriscou que seria uma celeuma entre a FEBRABAN e o governo federal, presidido por José Sarney. Mas na verdade se tratava do Plano Cruzado: tabelamento e congelamento geral de preços, ensejando o surgimento do “fiscal do Sarney”. Foram cortados três zeros do velho cruzeiro, com a intenção de promover em 1.000% o poder de compra da nova moeda, o cruzado – primeiro plano heterodoxo de relevância no Brasil. A imprensa, em geral, apoiou. A classe empresarial e a maioria do staff político – menos o PT, claro!
Apesar de que a ideia seria descongelar os preços seletiva e gradativamente, o sucesso do plano foi tanto que o presidente decidiu manter o congelamento até às eleições, em outubro – não obstante os protestos do ministro da Fazenda, Dilson Funaro. Pra mim, figura icônica foi uma charge da revista Veja: Sarney com a perna congelada e Funaro tentando quebrar o gelo com formão e marreta. No final tudo isso virou folclore.
Se perdermos o senso crítico, então não teremos mais nada!
No sábado, 24 de julho/2021, manifestações anti-Bolsonaro se espalharam pelo Brasil, lideradas por “movimentos sociais” e entidades representativas de classe, em “defesa da democracia e do combate à pandemia da Covid-19”, com palavras de ordem pela queda do presidente democraticamente eleito. Teve quebra-quebra, aglomerações com pouquíssimo, ou nenhum, distanciamento, e o surgimento de um novo movimento: “Revolução Periférica”, que ateou fogo à estátua do bandeirante Borba Gato, em São Paulo.
Outro dia, assistindo a um vídeo do Felipe Castanhari sobre a biografia do Stephen Hawking, retornei á minha adolescência, quando visionava ser autor de ficção científica. Para isto, queria seguir os passos do Arthur Clarke[1], que era físico e matemático, ou seja: ter uma base teórica para o que escreveria. Mas o tempo se encarregou de mudar esse ideal e tornei-me um economista frustrado.
Mesmo como economista, ainda nutri a (mera) esperança de me tornar um matemático amador, como Fermat. Cheguei e iniciar o curso de Matemática na Universidade Federal de Roraima, mas, enquanto cursava o segundo ano, fui aprovado no vestibular pra Direito e mudei de curso. Outra frustração[2].
Como pano de fundo de todo esse ideal em “dominar” a Física e a Matemática, incluindo a astronomia e a teoria quântica, estava o estudo de tudo o que considero mais importante no Universo. Mais até do que o próprio Universo: a inteligência! Ou, se quiserem ser mais religiosos: a alma humana, o que inclui, óbvio, o comportamento humano.
Recorrentemente me refiro ao século XX. Talvez pelo fato de nele ter nascido. Nele nasceu também o meu primeiro filho. Assim, tenho dois filhos em dois séculos diferentes – nada mal!
Século fascinante, por bons e maus motivos. Tivemos a gripe espanhola e duas guerras mundiais – a Segunda trouxe a reboque a era nuclear. Também não podemos – nunca! – esquecer do holocausto. O comunismo, que derivou para o Leste europeu, Ásia e Sul da América, resultando na Guerra Fria, que de fria não teve nada.
Foi o século das luzes e das trevas. Da belle époque, da geração perdida de Gertrude Stein, Hemingway, James Joyce, Scott Fitzgerald… e da grande depressão de 29. Foi o século de Gandhi, Einstein, Pierre e Mary Curie. Mas também de Churchill, Guilherme II, Hitler, Mao Tse-tung e Stálin. No ocaso, foi o século da utopia, com o movimento hippie em busca da Era de Aquário.
Neste 07 de abril comemora-se o dia do jornalista. Reza a lenda que esta data, enquanto deferência à profissão, foi criada em homenagem ao médico e jornalista de orígem italiana Giovanni Battista Líbero Badaró. Apesar da confusão, não foi nessa data em que Badaró foi assssinado, mas em 21 de novembro de 1830. No dia 07 de abril, em 1831, Dom Pedro I abdicou ao trono brasileiro. Como Badaró fora um ferrenho crítico ao então imperador, atribui-se o seu assassinanto a essa oposição, sem, contudo, qualquer evidência de que Pedro I tivera qualquer participação, direta ou indirieta, no crime. Desta forma, no dia da abdicação, 07 de abril de 1831, a ABI – Associação Brasileira de Imprensa, instituiu a data comemorativa, referenciando-a ao jornalista morto.
Eu (de barba) como repórter, cobrindo o carnaval de Boa Vista, ano 1992. Ainda com sequelas resultantes de uma queda de moto.
O repórter sentou-se à mesa. Apoiou a cabeça com a mão direita, expressando perfil de lamento. Olhou para a olivetti à sua frente. A velha companheira de trabalho nunca lhe parecera tão distante, tão ensimesmada. Tantas vezes suas teclas ditaram-lhe a pauta do dia, boa parte merecendo chamada de primeira página. Mas hoje…
Olhou para o maço de papel jornal ao lado da máquina. As folhas estavam em branco. Acabaram-se as laudas pautadas. Contraditoriamente, foi um alívio, pois agora tinha alguma coisa para teclar. Colocou a folha no rolo da máquina, ajustou o papel e bateu nove pontos, teclando 1 no décimo toque, e assim sucessivamente: 2 no vigésimo, e 3 no trigésimo. Ali estavam definidos os trinta toques da linha, e observou que o espaçamento entre as linhas já estava no número 2. Isto era importante, depois que se tornou free lancer: um dólar por lauda de 30 linhas, pagos tão logo o editor-chefe aprovasse o texto.
Mas o quê escrever hoje? Perdera o melhor amigo, há uma semana. E hoje, justamente hoje, a mulher daquele melhor amigo também morrera. Ela, a quem admirava em secreto, com aquele corpão de dar água na boca. Enquanto rezava para que se recuperasse, às vezes aquele diabinho lhe soprava no ouvido: “Agora é a tua vez! Quem sabe…?” – mas logo espantava o tal diabinho com o anjinho que dizia: “Não deveis cobiçar a mulher do próximo!” E então resolvia o conflito não dando ouvidos ao demônio, nem ao anjo. Só à sua consciência: “Eu vou dar tempo ao tempo. O futuro dirá!”
Ainda mesmo
quando as palavras
de conforto
se formarem em nossos lábios,
ou os hinos de esperança
cortarem os ares
invocando o nome do Senhor,
Meu coração,
na magnitude da noite
dos vermes terrestres,
permanecerá inquieto
Minha mente,
esse verdadeiro Eu de
insaciável apetite
já não se contenta
com os fenômenos
trazidos pelas lideranças,
pelas doutrinas magníficas
que falam de Deus.
Tampouco suporta
as imposições irracionais
dos dogmas místicos
de palavras doces
que alimentam o paladar,
mas não nutrem o Ser,
essa amplo complexo
que mesmo eu não o entendo em mim.
E se não entendo a mim,
como, então,
entender o Criador?
Sim, pois é este a quem eu busco:
essa inteligência suprema,
causa primária de todas as coisas,
que repousa no vento,
que sopra as palhas do buritizeiro
sobre os verdes campos
do serrado na chuva.
Essa energia que gerou
os corpos harmônicos
na individualidade da massa,
pela mutabilidade das partículas
que levam à evolução do cosmo,
através dos movimentos
da força concentrada
que impulsiona as novas formas
pelas novas necessidades.
Assim,
como peregrino solitário,
penetro nos princípios fundamentais
da Lei maior
que rege as energias cósmicas,
cuja iniciação
oculta-se no momento
da criação.
Para chegar ao Criador
necessário é entender
a própria gênese.