Tenho pensado muito no século XX, até com certa nostalgia, pois nele vivi a maior parte da minha vida, até agora – pois, no final, pretendo ter vivido a maior parte da vida no presente século, com saúde, virilidade e muito dinheiro. Inevitavelmente, acabo comparando as duas primeiras décadas daquele século com as duas primeiras deste século XXI. E, não obstante todo o avanço tecnológico, a rede mundial de computadores, as redes sociais, a informação, fontes instantâneas de consulta – tudo originado no século anterior -, o que vejo é uma absurda mediocridade desses últimos 20 anos, em todos os sentidos.
Reflexões sobre a pandemia
No início dos efeitos do SARS-COV-2 pensei em escrever um “Diário da Pandemia”, no qual descreveria os acontecimentos diários relativos à pandemia da COVID-19. Então as coisas, rapidamente, passaram de notícias do telejornal da noite para fatos do meu cotidiano. E me acovardei! Diariamente lia nas redes sociais sobre internações e óbitos de pessoas conhecidas, queridas, algumas que fizeram parte da minha vida durante algum tempo, como o querido Paulo Thadeu Neves, que resistiu ao vírus e com quem ainda mantenho laços fraternais. Outras pessoas amigos de amigos, com quem me solidarizei, parentes distantes… e três colegas/amigos/irmãos de trabalho: JOSÉ CARLOS GONÇALVES, REGINA RAMOS e NEWTON MADEIRA.
Quando o vírus chega, acaba o blá-blá-blá
Segundo os dados divulgados hoje pela Secretaria de Estado da Saúde, aqui em Roraima estamos com 1.984 casos de SARS-COV-2 confirmados, e 60 óbitos, numa taxa de letalidade de 3,024%. Considerando a população estimada em 605.761 habitantes, conforme o Tribunal de Contas da União para cálculo do PFE – Fundo de Participação dos Estados -, a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes está em 9,90 mortos por cada 100 mil habitantes.
No Brasil estes números são: 254.220 casos confirmados; 16.792 óbitos – 6,61% de letalidade – e mortalidade de 8 pessoas para cada 100 mil habitantes. Estes dados podem ser acompanhados diariamente no Painel Corona Vírus, do Ministério da Saúde, onde há muitas outras informações e orientações.
Considerando que no mundo, hoje, foram confirmados 4.618.821 casos, para 311.847 mortes, temos uma taxa de letalidade de 6,75%. Na África, são 61.163 casos confirmados, para 1.748 óbitos – mortalidade de 2,86% – gritante subnotificação. Américas, hoje: 2.017.811 casos confirmados, para 121.609 mortes – 6,03%. E Europa: 1.890.467 confirmados, 167.173 mortos – letalidade de 8,87%. Também estes números são apresentados e discutidos na página da OPAS/Brasil.
Jair Bolsonaro já entrou para a História. Mas com que perfil?
O Brasil está em guerra. O mundo está em guerra. Diariamente centenas de brasileiros morrem em combate. Milhares de seres humanos se quedam ao inimigo comum. No momento em que escrevo, segundo dados do Google, morreram 8.022 brasileiros, para 121.600 casos confirmados – taxa de letalidade 6,60% -, e 48.221 recuperados – taxa de 39,66%. Claro que os números são mais de uma dezena de vezes maiores, penso eu, em virtude da subnotificação dos casos e das mortes, o que pode reduzir a taxa de letalidade. Mas esse vírus existe de verdade, ou é só uma invenção midiática conspiratória?
Se existe ou não existe, a questão se torna secundária quando vemos dezenas, centenas de pessoas morrendo diariamente. E não são somente mortes virtuais, como nos vídeo games ou programas sensacionalistas. São mortes de pessoas próximas, com nome, sobrenome e endereço; entes queridos, parentes de amigos, jovens e velhos, desconhecidos e famosos. Numa guerra dessas, com um inimigo letal e desconhecido, o que mais precisamos é de liderança, alguém que una a Nação e determine as diretrizes a ser seguidas, sob pena da imposição da força do Estado. É assim que funciona no modelo de Estado contemporâneo. Aliás, é assim que funciona entre todos animais gregários, mesmo entre os irracionais, em caso de iminente perigo.
De que lado eu fico? Fico com o Brasil, sempre!
Hoje o ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi ouvido na Polícia Federal de Curitiba. Até pensei que ele ainda estivesse morando em Brasília, mas, ao que parece, já voltou a residir na capital paranaense. No ambiente polarizado em que vivemos atualmente, qualquer crítica que se faça ao presidente Jair Bolsonaro, ou ao menos comentários favoráveis a qualquer adversário/”inimigo” – que o presidente fabrica em série -, soa como crime de lesa-pátria, confundido-se o mandatário do Executivo com o próprio Estado Nacional, o que é um grave erro. O presidente da República é um servidor público, ao qual foi outorgado um mandato, através do voto popular, para o cumprimento das suas obrigações nos termos da Constituição Federal e legislação complementar e ordinária.
Votei em Bolsonaro e o tenho defendido aqui neste blog, em grupos de redes sociais e nas conversas com amigos. Defendi sua candidatura e o meu voto ostensivamente em todas as redes sociais, o que levou muita gente a me excluir dos seus perfis. Não me arrependo, em face das outras opções de voto, e torço, rezo, para que o presidente conclua satisfatoriamente o seu mandato. Mas, como deixei bem claro na campanha 2018, fora a família, apoio incondicional só pelo Flamengo – e ainda assim, quando joga mal, eu sou campeão de xingamento contra a seleção rubro-negra.
Qual o papel da religião na minha vida?
Esta reflexão sobre o papel da religião na minha vida transcende os conceitos formais do termo. Ao contrário, nos desvinculamos dos academicismos teológicos, embora convirjamos, naturalmente, para os questionamentos filosóficos. Mas, afinal, qual a significado da religião na minha vida? Qual o significado de religião na sua vida, leitor? Para você, religião é libertação ou aprisionamento? Consciência ou obediência? Este artigo estava na “geladeira” há mais de ano. Mas agora, nesta sexta-feira santa, resolvi concluí-lo com uma afirmativa: atualmente – e talvez por toda a minha vida – a religião não exerce – e talvez nunca tenha exercido – qualquer papel em minha vida. Nada! A religião é um fato e não posso negar um fato. Um fato que pra mim não tem qualquer significado.
No fim somos meros mortais
E no final somos simples mortais, como todos os seres viventes. Desde o começo determinei-me a ser alguém vitorioso. Mas em certo momento resolvi ser mendigo e pedir esmolas, como caminho para atingir a iluminação, sob a árvore da sabedoria. Depois, uma pessoa alegre. Aí um intelectual reservado e tímido, cuja obra ficasse para a posteridade, talvez fosse mais adequado. Mas agora decidi ser rico, famoso e bonito! Afinal, sou imortal. Who whants to live for ever?
Na hora de pagar, a conta sempre vai pra quem trabalha
Apesar de ser usada pela esquerda como marco de libertação do povo do julgo da realeza, a Revolução Francesa (1794) foi um movimento burguês, basicamente surgido pela insatisfação da burguesia e do campesinato em sustentar a nobreza e o clero, com altos impostos e nenhum retorno.
Dito isto, ontem o Presidente Jair Bolsonaro vetou o art. 18 da Medida Provisória nº 927, de 22 de março de 2020, cujo teor era a possibilidade de suspensão dos contratos de trabalho, pelo prazo de até seis meses, “para participação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional não presencial oferecido pelo empregador, diretamente ou por meio de entidades responsáveis pela qualificação, com duração equivalente à suspensão contratual”.
O detalhe é que a suspensão não dependeria de acordo ou convenção coletiva. Quanto à remuneração, conf. o § 2º do art. 18, o empregador poderia conceder ao empregado ajuda compensatória mensal, sem natureza salarial, durante o período de suspensão contratual, “com valor definido livremente entre empregado e empregador, via negociação individual”.
Nesta mesma esteira, o Congresso está discutindo proposta de redução dos salários dos servidores públicos, em até 20%, durante a crise.
COVID-19 é o carrasco dos longevos
Tudo o que sei sobre vírus foi o que aprendi na escola primária, secundária e cursinho pré-vestibular. No cursinho, lembro bem do professor Mozart fazendo um desenho a giz – “O vírus é isto: uma cápsula de proteína”. A característica distinta, pois, é ser acelular, o único “vivente” não composto por célula: é proteína e material genético. Com inigualável mutabilidade, resulta uma excepcional máquina de guerra. Esse assassino que não sente dor, remorso ou culpa por suas vítimas, não ceifa somente vidas, mas liberdade, livre-arbítrio, sonhos e encontros.
Eugenia, COVID-19 e nós
ALDEIA GLOBAL – Quando o filósofo canadense Herbert McLuhan (1911-1980) insculpiu este termo, na década de 60 do século passado, fomentou a ideia de que os avanços científico, tecnológico e das comunicações, reduziam o mundo a uma aldeia, onde as ações têm reações em ampla cadeia, num reduzido espaço de tempo. E o termo nunca foi tão atual, como podemos constatar nesta pandemia do COVID-19.
Outro conceito revivido pela pandemia viral é eugenia, cuja memória a civilização ocidental tenta esquecer desde a Segunda Guerra Mundial. Grosso modo, a eugenia é bifurcada em duas alas: positiva e negativa. A positiva é exemplificada no beneficiamento da espécie humana através de “cruzamentos” entre “matrizes” selecionadas, ou ainda modificação genética, de modo a produzir seres “superiores”. A negativa remonta aos nazistas, que com a solução final tentaram exterminar os judeus, considerados raça inferior, e os deficientes de toda ordem, como forma de “purificar” a raça humana.