A proposta da esquerda para um governo que sequer começou é a ingovernabilidade

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Bolsonaro comemorando a vitória com o seu eleitorado, à distância, ainda com a bolsa de colostomia, sob forte aparato de segurança, após a tentativa de homicídio sofrida e a detecção de um novo atentado pelo crime organizado. Foto: divulgação internet.

Passada a eleição, confirmado o vencedor. Agora temos um presidente de todos os brasileiros e brasileiras. Todos juntos para reconstruir o Brasil. Certo? Infelizmente não. A vitória de Jair Bolsonaro (Partido Social Liberal) tem um significado especial. O primeiro deles é a derrota do PT – Partido dos Trabalhadores. Mas não o seu fim! O PT ainda garantiu a maior bancada na Câmara Federal, ao menos por enquanto. Será uma oposição encarniçada, junto a outros partidecos vermelhos, que já começaram a se articular formando a “Frente Democrática”. Apostar no quanto pior melhor é uma das mais marcantes características do PT. A amostra grátis está na diferença entre os discursos de Bolsonaro e Haddad, logo após o resultado oficial da eleição. De um lado Bolsonaro falou como presidente da nação. De outro, Haddad dividiu os eleitores entre os que votaram em Bolsonaro e os que votaram no PT, que agora, segundo Haddad, terá a tarefa de “defender” os 45 milhões de brasileiros que não votaram no presidente eleito. Destaque ainda para o discurso de ódio e intolerância do ex-candidato Guilherme Boulos (PSOL), que reforçou a divisão e já convocou esses 45 milhões de eleitores como milicianos para ocupar as ruas em manifesto de oposição a Bolsonaro – antes mesmo que este sente na cadeira presidencial.

Com forte apelo religioso, precedido de mãos dadas em oração, o futuro presidente leu o seu discurso como um compromisso com o Brasil e com Deus:

Faço de vocês minhas testemunhas de que este governo será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade. Isso é uma promessa não de um partido. Não é a palavra vã de um homem. É um juramento a Deus.

A verdade vai libertar este grande país, e a liberdade vai nos transformar em uma grande nação.

(…) Como defensor da liberdade, vou guiar um governo que defenda e proteja os direitos do cidadão que cumpre seus deveres e respeita as leis; elas são para todos. Porque assim será o nosso governo: constitucional e democrático.

Tal compromisso com a democracia, com a liberdade e com a nossa Carta Constitucional fez-se necessário ante a massificante propagação de que era ele o candidato antidemocrático, de tendência fascista. Como isto nunca nos preocupou, a nós mais importa o que disse sobre  a capacidade do povo brasileiro “que trabalha de forma honesta” na construção de um futuro melhor:

Esse futuro de que falo e acredito passa por um governo que crie as condições para que todos cresçam. Isso significa que o governo federal dará um passo atrás – reduzindo a sua estrutura e a burocracia; cortando desperdícios e privilégios, para que as pessoas possam dar muitos passos à frente.

Nosso governo vai quebrar paradigmas: vamos confiar nas pessoas. Vamos desburocratizar, simplificar e permitir que o cidadão, o empreendedor, tenha mais liberdade para criar e construir seu futuro.

Vamos “desamarrar” o Brasil.

De fato, o Brasil precisa de desregulamentação. Precisa dar vários passos atrás para que o cidadão seja livre para empreender, quebrar as amarras do Estado e gerar empregos. Isto é liberalismo econômico. É muito fácil ser um “empreendedor” com dinheiro do BNDES e lucros de licitações fraudulentas das estatais e da administração direta. Bolsonaro deu ênfase também ao direito de propriedade, relativizado na Constituição Federal de 88:

Reafirmamos aqui o respeito e a defesa deste princípio constitucional e fundador das principais nações democráticas do mundo.

É preciso que haja, sim!, segurança jurídica para o empreendedor. As invasões de terras pelo MST não se limitam às propriedades improdutivas, atingindo níveis de verdadeiro terror. À guisa de exemplo, em 2015 um bando de mulheres do movimento invadiu um centro de pesquisa em Itapetininga (SP) e destruiu 15 anos de pesquisa em biotecnologia – mudas de eucaliptos transgênicos. Ao que se sabe ninguém foi preso. Invadem propriedades produtivas e matam gado de corte, destroem máquinas e equipamentos. E nenhuma providência é tomada pelo poder público.

O MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, comandado por Guilherme Boulos, além das invasões de imóveis urbanos, tem também protagonizado ações ostensivas – leia-se arruaças – reivindicando transporte público gratuito, ampliação dos serviços de saúde e do alcance da telefonia móvel. Tanto MST, quanto MTST, são verdadeiras milícias disfarçadas de movimentos sociais, utilizadas pela esquerda e financiadas pelo dinheiro do contribuinte.

Em relação à política econômica, apresentou o tripé “Emprego, renda e equilíbrio fiscal” como compromisso “para ficarmos mais próximos de oportunidades de trabalho para todos”.

Quebraremos o círculo vicioso de crescimento da dívida, substituindo-o pelo círculo virtuoso de menores déficits, dívida decrescente e juros mais baixos.

Isso estimulará os investimentos, o crescimento e a consequente geração de empregos. O déficit público primário precisa ser eliminado o mais rápido possível e convertido em superávit.

No cenário internacional promete aproximar o Brasil das nações mais desenvolvidas – incluindo a China.

Buscaremos relações bilaterais com países que possam agregar valor econômico e tecnológico aos produtos brasileiros.

Israel, Estados Unidos e Chile estão na lista das primeiras nações a serem visitadas por Bolsonaro. Já foi demonstrado o interesse de intensificação das relações bilaterais entre Brasil e Israel, inclusive a transferência de tecnologia de lá pra cá, a exemplo da dessalinização da água do mar, o que seria um grande avanço na pretensão de Bolsonaro em transformar o semiárido nordestino em área produtiva.

Com os Estados Unidos há um forte interesse entre os dois presidentes no fortalecimento da parceria comercial, assim como, entre Brasil e Chile, país cujo modelo econômico chama a atenção do futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes. A médio prazo, a equipe econômica pretende estabelecer tarifa zero no comércio entre os países sul-americanos.

Somos um grande país, e agora vamos transformar esse país em uma grande nação. Uma nação livre, democrática e próspera.

Como se percebe, a política externa do governo Jair Bolsonaro adotará um plano oposto ao que foi praticado pelo PT em seus quatro mandatos na Presidência, período em que polarizou relações com países ideologicamente alinhados, objetivando a consolidação hegemônica da esquerda na América do Sul – a  Pátria Grande -, mesmo que em prejuízo à nossa economia, a exemplo das refinarias da Petrobras na Bolívia, estatizadas pelo governo Morales, com o consentimento do ex-presidente Lula da Silva.

O núcleo de atuação do governo Bolsonaro nas relações internacionais será a economia, ao invés do viés ideológico. A equipe econômica não descarta – e nem pode – intensificar relações com países como China e Rússia, não pelo estandarte vermelho, mas pelo verde do 100 nas notas do dólar e do euro.

 

 

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