O Holocausto judeu e o Genocídio do povo indígena da Amazônia

Hoje, 27 de abril, são lembrados no mundo todo os mais de 6 milhões de judeus exterminados na Segunda Guerra Mundial pelo regime nazista. Vários eventos marcam as homenagem às vítimas do holocausto. O neologismo genocídio foi criado pelo advogado e poliglota judeu Raphael Lemkin (1900-1959), extraído do grego antigo genos (raça, tribo) e do latim cídio (assassinato), conforme descreve em seu livro Axis Rule in Ocupied Europe[1], pela falta de um termo adequado para descrever a barbárie[2] sofrida pelo povo judeu e outros povos, como os russos no período stalinista e os chineses durante o maoísmo.

O jovem líder indígena Júnior Hekurari Yanomami foi quem denunciou a barbárie. Foto: reprodução do vídeo na internet.

Francamente, não sei se o negacionismo do presidente Bolsonaro e seus seguidores com relação à pandemia da COVID-19 pode ser considerado genocídio. Mas há justa motivação para acusá-lo de genocídio em relação aos indígenas da Amazônia brasileira, não necessariamente por atos comissivos, mas por sua conduta omissiva, pois a passividade do Governo Federal no caso das invasões garimpeiras ilegais nas áreas ocupadas por essas populações está levando ao verdadeiro extermínio daqueles povos – embora o uso geral e indiscriminado do mercúrio nos rios atinja não só os indígenas, mas também os não-índios habitantes dos centros urbanos. E, claro que o descaso não começa com este governo, mas é agora que as coisas estão alcançando proporções de maior amplitude, numa descarada passividade institucional, ao que nos parece, com ânimo doloso.

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Quando a política partidária vira religião e o político de carreira torna-se Deus, não se sustentam mais os argumentos lógicos

Personagem de Chico Anysio, Salomé de Passo Fundo dava telefonemas com duras críticas, em tom intimidativo, ao então presidente general João Batista Figueiredo. Foto: Memorial Chico Anysio

Em recente acirrada discussão de casal, a contendora não se conformava com a derrota dialética, e trazia ao debate cada vez mais argumentos, e argumentos mais e mais desprovidos de fundamentos. Até que o marido apela pro bom senso: “Ai, meu Deus! Será que tu não percebes que isso não faz sentido? Que tu não tens a mínima razão?” Tal intervenção inflamou ainda mais a belicosidade da mulher amada, com a típica alteração de voz e incremento nas palavras. Nessa altura o cônjuge varão abre o Instagram, o que raramente faz, e Deus – ou o algoritmo -, ouvindo o seu clamor, mandou uma mensagem:

“Mais vale paz do que razão, quando se está com a consciência tranquila.”

Então o silêncio fez-se seu argumento, com olhar de indiferença num semblante sereno. E diante de si viu a verdadeira face de Lúcifer – pelo resto do dia. E sua alma, em posição de lótus, estampou o sorriso dos vencedores.

Esta breve introdução ilustra o ambiente polarizado no qual vivemos nos últimos anos, no Brasil e no mundo.

Pela publicação do artigo Inflação: o dragão voltou?, recebi elogios, mas também várias críticas de leitores, inclusive amigos queridos, admiradores do presidente Bolsonaro, em síntese, me ridicularizando por atribuir ao mandatário do Executivo a responsabilidade pelo atual estágio inflacionário no País:

“Vou rir porque é piada, a piada é boa. Kkkkkkkk. Veja aí a inflação no mundo e o que tem motivado essa escalada do aumento de tudo”.

“Querer atribuir ao PR a escalada inflacionária de repercussão mundial impelida pela grave crise pandêmica global, causada por engodos comunistas com respaldo da OMS é de uma diarreia intelectual sem precedentes, apenas fomentado por esquerdopatas malditos e satânicos. Fiquem em casa, que depois a economia a gente ver.”

“Ótimo texto, parabéns! Em minha ótica vejo que hoje estamos pagando o preço de erros das medidas econômicas tomadas em governos anteriores, a falta de uma política econômica e social que vislumbrasse um país pujante em crescimento foi muito falha. Assim como você, vi de perto essa inflação de 1000%, os preços amanheciam um valor e horas depois já eram outros. Mas, como bom brasileiro, torço para que esse atual governo consigo ver e seguir um caminho de prosperidade, isso falo independente de partidos.

“Ninguém se preparou pra essa pandemia. O mundo está de quatro. Aqui no Brasil não se uniu forças para combater a Covid… aqui tentou se construir um discurso para derrubar o presidente.”

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Jair Messias Bolsonaro: a insanidade personalizada

O texto que reproduzo ao final é da autoria do nosso convidado de hoje, o Doutor (com doutorado mesmo!) em robótica Flávio José Soares Aguiar, o qual já nos brindou anteriormente com um texto sobre Nicolau Maquiavel. A crônica foi escrita no intervalo entre a divulgação oficial da eleição de Jair Messias Bolsonaro e a sua posse na Presidência.

A existência deste escrito nos foi revelada numa conversa do grupo de WhatsApp que formamos entre amigos de infância/adolescência: Turma 63/65, pois todos os membros nasceram em 1963 e 1965. Somos, portanto, todos cinquentões. Bem, o Flávio compartilhou o texto no grupo quando eu reclamei que as atitudes do Presidente, sobretudo em relação à pandemia do Corona vírus, associadas à anulação dos processos do ex-presidente Lula – que, ao menos por enquanto, torna-se elegível -, estão viabilizando a volta da esquerda. Eu revelava a minha preocupação com isso, conforme a transcrição de alguns trechos das minhas exposições na conversa, a seguir:

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Na hora de pagar, a conta sempre vai pra quem trabalha

Apesar de ser usada pela esquerda como marco de libertação do povo do julgo da realeza, a Revolução Francesa (1794) foi um movimento burguês, basicamente surgido pela insatisfação da burguesia e do campesinato em sustentar a nobreza e o clero, com altos impostos e nenhum retorno.

Dito isto, ontem o Presidente Jair Bolsonaro vetou o art. 18 da Medida Provisória nº 927, de 22 de março de 2020, cujo teor era a possibilidade de suspensão dos contratos de trabalho, pelo prazo de até seis meses, “para participação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional não presencial oferecido pelo empregador, diretamente ou por meio de entidades responsáveis pela qualificação, com duração equivalente à suspensão contratual”.

O detalhe é que a suspensão não dependeria de acordo ou convenção coletiva. Quanto à remuneração, conf. o § 2º do art. 18, o empregador poderia conceder ao empregado ajuda compensatória mensal, sem natureza salarial, durante o período de suspensão contratual, “com valor definido livremente entre empregado e empregador, via negociação individual”.

Nesta mesma esteira, o Congresso está discutindo proposta de redução dos salários dos servidores públicos, em até 20%, durante a crise.

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2018 ainda não acabou

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Em Davos o presidente Bolsonaro fez um discurso conciso, sem malabarismos. Mais importante foi o que se encaminhou nas reuniões setoriais com a equipe de governo. Foto: divulgação.

É clichê, mas 2018 ainda não acabou. Tivemos carnaval, Copa do Mundo, eleições federais, estaduais e muitos, muitos acontecimentos entre um evento e outro. Eventos inéditos, nunca antes vistos na história deste país. O estado de Roraima não deixou a desejar: atraso nos salários dos servidores do Executivo, dívidas bilionárias, prisão do filho da governadora e membros do primeiro escalão, além de duas intervenções federais –  a primeira no sistema penitenciário e, não sendo o suficiente, a intervenção geral, com tropa militar na Fazenda e Planejamento. Por conta do esfaqueamento sofrido durante a campanha, o hoje presidente Jair Bolsonaro acaba de sofrer a terceira intervenção cirúrgica, desta vez para retirar a bolsa de colostomia.

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